Doc002.CH3.1183 - Juros e Capital

Sistema monetário

Partindo da circulação de mercadorias no amplo mercado, levando em consideração
que toda mercadoria é solvida por ofertantes para os demandantes levando a um
preço de mercado similar ao valor de troca. Não será de nosso escopo levantar
a questão do valor de uso de cada mercadoria pois seria necessária fazer um
índice com uma cesta de mercadorias com seus devidos pesos e consumos por cada
demandante, por ora nos restaremos com o caso proposto.

O ciclo do capital-dinheiro está presente na compra de mercadorias que se di-
videm em meios produtivos e força de trabalho que culmina simplesmente em meios
de produção que adicionados pelo ciclo da adição do trabalho (mais-valia)
resulta na mercadoria final que será solvida novamente por moeda.

O exemplo que utilizamos seria a indústria do transporte onde os meios de produ-
ção, a caravana e a força de trabalho os integrantes do transporte. O valor dos
produtos será adicionado do valor gasto pelo dispêndio pela empreitada, mesmo
que sazonal, pois culminará no ciclo completo do capital empregado.

A licitude está na remuneração do capital, sendo de maneira alguma possível
remunerar o transporte futuro, por especular o ganho e ser de maneira fisio-
crata o juro como remuneração do capital-dinheiro. Pode-se remunerar o traba-
lho empregado juntamente com parte de "interesse" (do inglês) do financiador
da caravana. Nos cabe dizer que bancos além de gerarem moeda com outro disposi-
tivo, o da circulação bancária, ganham "injustamente" com o juro empregado para
empréstimo de moeda sendo utilizado moeda para meio de pagamento de mais moeda,
sem contrapartida a não ser o tempo.

Temos por noção que o tempo por si só, sem investimento, sem indústria que nesse
caso entra os serviços não produz nada por definição. Não falamos de inflação ou
perda de valor da moeda mas simplesmente da remuneração por tempo empregado para
devolver alguma quantia pega fiduciáriamente. Sendo o próprio papel moeda um
papel fiduciário.

Resumindo: não se precisa ter noção da ética proposta por Weber para alguns que
criticam o nosso trabalho para perceber que o juro tem papel fundamental em um contexto
de criação "artificial" de receita, onde se cria lucro somente por um papel no
sentido de persona de criar uma "confiança", onde supostamente o lucro surge
pelo risco do não pagamento. Seria como utilizar uma excessão como regra.
Isso não é ético em nossos domínios e é imoral por nossos escritos.